Do instinto
Olhos que não posso
roubar;
Lábios que não posso
tocar;
Corpo que não posso
desejar.
És doce – sem nunca
ter te provado;
És rosa bela – com espinhos
para mim machucar;
És tudo – sou mínimo.
Teu sorriso quero
guardar em minha caixa de pertences valiosos, para que sempre que a solidão me
abata possa contemplá-lo (De todos os quereres que um ser pode desejar, escolho
o que não posso almejar).
Olhos perolados
sempre a mim fitar;
Lábios carnudos que
nunca ei de provar;
Corpo labiríntico que
nunca poderei desvendar.
Perco-me em teu
sorriso;
Prendo-me em meu racionalismo.
Sou apenas um só sem
rumo, sufocando esse rubor no peito aberto em prantos que em vão tento abafar.
Olhos, doces olhos;
Lábios, desejáveis lábios;
Corpo, absintico
corpo.
Desejos que não cessam;
Desejos que me cercam;
Desejos que não ouso
confessar.
Razão! Entorpecem-me a
vontade do instinto.
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