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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Longo adeus




Longo adeus



Sentado aqui do teu lado, posso sentir tua dor. Teus olhos estão fechados, entretanto, posso ver como são belos e quando olham para mim sinto-me em casa. Não me deixes meu amor, não faça sentir-se só, estou aqui e você não toca minha mão.

A escuridão é densa, mas podemos nos tocar. Não importa. Sinto teu espírito a buscar meu afago como lembranças de um sonho bom. Você já me confortou tanto e agora não sei o que fazer, a não ser, pedir para que você não se vá. Esse é o pedido de meu egoísmo, eu sei.

Você não pode me ver; talvez só me sinta, então, não se vá. Nossas vidas estão eternamente cruzadas. Nem a escuridão por mais forte que seja poderá nos afastar por muito tempo. Onde você estiver, serei sempre seu, sempre teu.

Que caia a chuva, não me importo, ela não pode apagar tudo o que somos. Segure minha alma com delicadeza, tente, sei que se tentares podes alcançá-la. Sinta o que eu sinto quando estou contigo, tua presença me faz tão bem. 

À Noite me abre os olhos, sei que o tempo está por acabar e todos os momentos pedem socorro, sufocados num canto eles lutam por você e por mim. Esperança vã. 

A enfermidade não teme nosso amor e isso nos levara a ruína, mas o que importa para mim é o agora. Longas vidas interrompidas, longa jornada, o dia nasce e outro termina só para me tentar fazer infeliz, amar é deixar ir. Do fundo de meu egoísmo, não se vá.  


Marcos Martins.

2 comentários:

Zaymond Zarondy(ZZ) disse...

Parabenizo-te pelo blog, pelas criações e pelo talento. ZZ

Marcos Martins - Poeta, escritor e jornalista disse...

Agradeço a visita Zaymond.

Abraços virtuais@