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quinta-feira, 29 de maio de 2014

monólogo refletido contra o espelho da prataria / fábio de carvalho

monólogo refletido contra o espelho da prataria / 
fábio de carvalho


O latifúndio aí estar.
Sempre quis andar pelos caminhos.
Jamais serei o que não sou.
Busco em mim aquilo que não encontro nos outros.
Busco as horas;
Elas me são necessárias.
Meus lamentos são de uma alegria assombrosa.
O colarinho dos políticos não é branco, invisíveis, creio.
A escuridão celeste me faz sentir saudade da luz do sol.
O frio me faz lembrar o verão borbulhante.
Saio pelas ruas sem destino.
Meus pensamentos não tem rumo.
Minha sabedoria vem de onde não surge cegueira humana.
Os passos dos outros também são meus.
Meus pés suportam muita caminhada ainda.
Meus olhos, como quem não quer nada, se fecham com o sono.
A insônia me ajudou a escrever muitas páginas que me acompanham.
O sereno da noite é irreal quando se busca o irreconhecível. 
Cada palavra que pronuncio já foi escrita.
Os meus sonhos me vem quando durmo.
Logo as minhas palavras pensadas se vão por novos pensamentos se achegarem até mim.
Meu reflexo interior me é desconhecido.
Sou uma pessoa simples.
Escrevo muito, sem me dar conta da quantidade de páginas.
Sufoco a mim mesmo quando dou longas tréguas à literatura.
Rego meus dias com a água da terra.
Não costumo me prestar a serviços irrelevantes.
Abomino tristezas visuais.
O meu sofrimento é quase eterno.
A minha alegria é infinita.
O sossego é irrelevante quando se possui melancolia.
As minhas incertezas fazem parte das minhas indecisões.
Algo estar para acontecer.
O mundo não suporta mais tantas injustiças.
Meus inimigos se dão bem e mal.
Minhas promessas são acorrentadas pelo tempo.
O que acredito é que quem dorme bem nem sempre descansou o necessário.
Cabe ao mundo respirar.
Caberá a nós morrer sufocado com o pulmão do mundo inflamado...


Fábio de Carvalho.
Cortês – Pernambuco, domingo, 12 de agosto de 2012.

Quem quiser conhecer melhor o trabalho do poeta visita o blog dele clica aqui: Porões Literário.

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