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quarta-feira, 10 de julho de 2013

Mais um trecho de meu livro. (Ainda escrevendo esse danadinho).


***

“Preciso de um banho” – falou e foi para o quarto pegar uma toalha e roupas limpas para voltar ao hospital.

Entrou no banheiro, se despiu, olhou-se no espelho da pia, notou que não estava tão velho, mas não era mais um garoto. Perguntou-se por que não sentia vontade de chorar e sim de gritar. Entrou no chuveiro sem descobrir o que era aquilo que estava sentido. Seria medo? Não, medo tem cheiro de urina e ele não estava cheirando a urina e sim a suor.

Girou a torneira do chuveiro e sentiu a água a lhe molhar o corpo, a água não servia apenas para molhar o corpo, mas também para esconder lágrimas, porem, eles não se revelaram. Observou um mosquito pousado no azulejo do banheiro, se tremendo todo, e com um único golpe acertou o inseto em cheio. O mosquito morrera grudado no azulejo. “E assim nasceria um fóssil, se nosso mundo terminasse agora” – falou antes de encher a boca com água e cuspir no defunto com asas.

A água não estava fria, mas também não estava morna e sim aceitável ao corpo remoído de Carlos. “Mães não deveriam morrer” – disse enquanto ensaboava o rosto.

(...)

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