O despertar do nada
I
(Marcos Henrique Martins)
(Marcos Henrique Martins)
Chega de rastejar!
Chega de chorar!
Chega de ser esse ser, tão mínimo, nesta vasta casa sem janelas.
Coisas são feitas para serem vistas e eu continuo aqui sem retinas. Não sangro mais, agora só durmo e respiro fundo para continuar com minha vá existência.
Chega de ser um verme!
Chega de ser um ser sem vida, coadjuvante de um protagonista sem talentos. Chega! Esse é meu grito de alforria. Como se fosse apenas essa vontade que me move o alicerce de meu espírito anêmico. Como se ela me movesse verdadeiramente.
Nada e tudo, tudo e o nada, tudo isso se abafa num grito desesperado de tédio, dado por mim de forma baixa, para dentro. Não me julgue mal é que nunca lidei com isso. Nunca lidei bem com a dor que chega por trás e me molesta.
Chega, é apenas uma palavra fraca e sem sentido para mim.
2 comentários:
Esse poema é o lado avesso do poema entitulado "O que quero te dizer. mas omito".
;-)
Postar um comentário