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quarta-feira, 25 de julho de 2012

Bom dia a todos! Estou quase terminando o eu livro de poemas intitulado: Um título. Onde faço os poemas e deixo a cardo de quem os lê dar um título para o mesmo. Esse poema 70 vai fazer parte do livro



Poema 76
(Marcos Henrique Martins)

Viver com fome, sentir todas essas emoções dentro de mim, é como ter um filho morto, em meu ventre, que nunca vai me deixar seguir.

É difícil rir. É difícil rir. É tão fácil fingir. É tão fácil mentir.

O manifesto que fiz, nunca será ouvido por ninguém, se ao menos fosse sentido, mas é só fome que sinto, é só fome de tudo o que posso transmitir. Fome de mundo, fome do mundo que me acolhe apenas para me ver definhar.

É difícil rir. É difícil rir. É tão fácil fingir, produzir lágrimas, deixa-las cair.

A comida esfria na mesa, não tem ninguém para eu servir, já estão todos mortos de fome. É tão fácil sentir.

As verdades foram temperadas, mas as mentiras foram mais bem saboreadas cruas. Vivo com fome, não posso sorrir; desejo coisas que o espírito humano nunca vai alcança, que meus braços finos tentam, inutilmente, segurar.

É difícil rir, quando há motivos que nos motivam a mentir e, a continuar fingindo, mesmo com fome no mundo, mesmo sentido esses fetos mortos dentro de mim.