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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Paradoxal



Paradoxal
(Marcos Henrique)


O que eu guardo em minha mente é o que restou de mim e um pedaço de papel em branco que olho, olho e olho e consigo ver tudo o que queria ver. Vejo a mim, vejo eles a me olhar, vejo o tempo passar por entre meus dentes e meu canal por fazer, mas o que mais vejo são os olhos adocicados dos que pedem esmolas e recebem miséria.

O guardador que me guarda a alma está de folga hoje, terei tempo para ser livre por uns instantes, pelo menos, até as correntes voltarem a me segurar e me impedir de poder voar.

Não sou bom com rimas, não sei rimar, não sei declamar poesias, não sei poetar, o que sei é que sonho em ser livre, ser um sonho bom e nunca mais dizer – está tudo bem –, sem saber o que significa essa palavra, sem saber pronunciá-la com todo o meu desdém.

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