(...)
- Você agora acha que é
escritor, Roger? – perguntou Soluço com sarcasmos na voz.
- Não, não sou - respondeu
Roger ao que deixou todos surpresos.
- Não? – entoaram em coro,
quase como um mantra, todos os que lhe conheciam e estavam no inferninho.
- Não acho... Eu sou
escritor. – ao que respondeu Roger com força e impostando a voz.
Fez-se um silêncio sínico por
algum tempo e logo em seguida, gargalhadas debochadas e risos com escárnio criaram
um eco tão forte no local, que até quem não ouvira Roger responder a provocação
começou a sorrir. Ele retraiu os ombros e curvou-se, criando uma elevação na
camisa que dava a entender que tinha uma corcova enorme em suas costas, foi
então que a sensação de que a vida lhe tirara tudo, até o direito de sonhar, havia
sido implantada em seu coração.
(...)
Marcos Martins.
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