Porque devo ser lembrado?
Não sou um homem para escreverem biografias.
Sou apenas um homem, um escritor que não se entende bem com a pontuação; que não dialoga “bom” com a gramática e sempre é desmoralizado pelas concordâncias – verbal e nominal.
Os adjetivos me ignoram e o substantivo – ele não tem tempo para mim. À crase nem me dá bola – nem ao menos sorri ou olha para mim.
Meus romances mofam em cantos esquecidos que guardei para nunca mais tocar, para nunca mais lê-los e fomentar falsas esperanças editoriais.
Não sou um homem para escreverem biografias;
Não fui criado para sorrir em colunas sociais;
Sou apenas um homem que passa e ninguém vê;
Sou apenas um homem que enxergar a vida por entre linhas, a poesia sem serventia e se emociona com os romances que não fazem chorar.
Marcos Martins.
2 comentários:
Adorei, Marcos! Que bela clarividência do poeta.
São palavras profundas.
Obrigado pelo comentário Dulce. Abraços literários e virtuais para você.
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